Greve dos professores: a aluna que diz “estou convosco”
Greve dos professores: a aluna que diz “estou convosco”
Inês Gonçalves é aluna do 12.º ano, tem Português como específica e escreveu
uma nota no Facebook, partilhada por milhares, a defender o protesto dos
professores. Porque não foi ensinada por “mágicos ou feiticeiros”
Não foi ensinada por “mágicos ou feiticeiros”, mas sim por “professores”.
“Professores” que ensinaram milhares de alunos a serem “pessoas, seres pensantes
e activos, não apenas bonecos recitadores”. Na noite de quinta-feira, Inês
Gonçalves, aluna do 12.º ano, publicou uma nota no Facebook em que se põe ao lado deles. “Estou
convosco”, escreve. Agora, já conta com mais de seis mil partilhas — e o número não pára de
crescer.
“Os professores não fazem greve apenas por eles, fazem greve também por nós,
alunos, e por uma escola pública que hoje pouco mais conserva do que o nome.
Fazem greve pela garantia de um futuro!”, lê-se no depoimento, que está a atingir dimensões surpreendentes para a
autora. “Nunca pensei”, confessa. Até porque tudo começou por um desabafo.
Finalista em Artes Visuais da Escola Secundária do Pombal, Inês estava
“farta” de chegar ao Facebook no final de mais um dia de estudo e ver os seus
colegas a manifestarem desagrado em relação à greve dos professores convocada
para 17 de Junho, data do exame nacional de Português. “Escreviam coisas que nem
sempre tinham base argumentativa”, descreve, ao P3, a estudante que, lendo os
comentários, se foi apercebendo de um certo “clima de egoísmo entre os próprios
alunos”.
“Estava mesmo farta”, repete. Por isso, decidiu escrever a pequena nota que
foi, inicialmente, enviada para alguns amigos com quem já tinha partilhado a
ideia. “Para saber qual era o ‘feedback’ e para conseguirmos um diálogo em torno
disso.” Depois, decidiu publicá-la no Facebook. “Achei que, em vez do ‘boca a
boca’ ou dos comentários, o melhor seria demonstrar a minha raiva em alguma
coisa em que pudesse concluir o que eu pensava.”
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